ALEXANDRE TORRES

Conheça mais sobre o caso da Família Torres vítima de erro médico e hospitalar e a sua batalha por justiça.

TESTEMUNHA DO SILÊNCIO

 

“Há três anos, uma família carrega carga traumática, desde que o seu patriarca, no auge da sua vida e da trajetória profissional, aos 57 anos, sobrevive vegetativamente, em sua residência na Asa Sul. Trata-se de Alexandre Torres, um paraibano que veio a Brasília para conquistar seu terreno profissional, conseguindo espaço no competitivo Correio Braziliense, o principal jornal da capital da República, onde assumiu a chefia de reportagem e também assinou a coluna no jornal, demonstrando sua capacidade.

Filho de um jornalista, e com a mesma opção profissional do pai, ele foi requisitado por outros veículos de comunicação, até que o destino mudou tudo. O repórter bem informado, cheio de vida e planos para o futuro, de repente, deixou de lado a profissão a que se dedicava em tempo integral.

O notebook, seu instrumento de trabalho, ficou obsoleto – referência de um profissional sempre ativo e de prontidão, disposto a interpretar como os fatos surgem e também como se desenvolvem socialmente, porque esse é o papel da imprensa. Nos últimos três anos, Alexandre Torres está longe da intensidade de uma redação de jornal, tendo como cenário, em seu redor, em sua casa, um espaço que é semelhante a uma clínica, onde luta pela vida sob os cuidados de enfermeiros, fisioterapeutas, médicos e fonoaudiólogos.

Para mantê-lo nessa luta, sua família custeia mensalmente nada menos que R$ 15 mil, mesmo tendo, a partir de 2009, uma decisão do juiz João Luiz Fischer Dias, da Vara Cível do Tribunal de Justiça do Distrito Federal, determinando que a Unimed Brasil custeie todos esses profissionais e seus respectivos procedimentos diários.

No dia 16 de junho de 2011, quando a família do jornalista teria atenuado o seu sofrimento, ocorreu um impacto: depois de cinco horas de encontro, os advogados da Unimed não manifestaram qualquer interesse em fazer um acordo, que seria também cumprir a decisão judicial, em relação aos custos vencidos e vincendos. O drama de Alexandre Torres e sua família começou no dia 23 de dezembro de 2007, véspera do Natal, quando passou mal durante uma missa, desmaiando. Ele foi levado para o hospital, onde a equipe médica constatando que o jornalista tinha sido acometido de um Acidente Vascular Cerebral (AVC).

No Hospital Unimed, atendido pelo neurocirurgião Werner Costa Cantanhede, foi submetido a cirurgia em caráter de urgência com o objetivo de drenar o sangue para diminuir a pressão intracraniana. Para isso, foi introduzida a Derivação Ventricular Externa (DVE), em uma cirurgia que foi um sucesso.

Diante desse quadro, foi requisitada a retirada do coma induzido, seguindo para o quarto. Mas, aconteceu, de acordo com a família, informada pelos relatos médicos, que o paciente se exturbou – expressão que significa a retirada do turbo responsável pela oxigenação, reação reflexa normal a todo paciente que desperta de coma induzido. Isso causou o tempo suficiente para agravar a situação do paciente, deixando-o sem condições de reação e recuperação.

Um detalhe importante: tentou-se, sem êxito, o procedimento de reentubação e, por solicitação do plantonista que atendia a UTI naquele momento, a traqueostomia de urgência, executada depois pelo cirurgião. Como seu estado piorava, logo em seguida, foi diagnosticado o estado de consciência mínima, detalhado como nível três da escala de Glasglow, que significa a quase morte cerebral. A advogada Isabela Torres lamenta que o hospital sequer acompanhe os pacientes que saem de coma induzido.

Emocionada, sintetiza a dor dela e de toda família: “Além de ver meu pai sem rir, sem falar, sem andar, sem se expressar, sem interagir, nós, da família, temos de conviver com um ônus material altíssimo, sem saber até quando vamos suportá-lo.

Como advogada me pergunto todos os dias: quando verei justiça?

DANO MORAL – ERRO MÉDICO – INDENIZAÇÃO

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